A palavra combate pode ser traduzida como o ato de fazer guerra, lutar
contra. No sentido espiritual, combate é fazer guerra contra os inimigos que tentam
nos afastar de Deus e da Salvação e, sempre que estamos envolvidos na oração,
há um aumento deste combate. É a luta espiritual, que em certo sentido se dá
sempre quando oramos. Esta é a luta permanente que todo o cristão enfrenta
contra o mundo, contra a sua própria natureza e contra o demônio.
"Nossa vida é um combate espiritual com espíritos malignos
invisíveis. Eles nos provocam através de nossas fraquezas e paixões e nos
incitam a desobedecer aos mandamentos de Deus. Quando olharmos com
discernimento, descobriremos que para toda paixão há uma cura, um mandamento
oposto; portanto, os inimigos da humanidade tentam nos afastar desta cura
salvadora." (São Macário)
São Paulo afirma que este combate se trava contra nós (cf. Ef. 6,12). Satanás
sabe que não teria nenhuma chance em uma eventual luta contra Deus, pois o
Senhor tem poder para destruí-lo com o sopro de sua boca (cf. IITs. 2,8), então
ele tenta atingir o Senhor fazendo guerra contra a Sua Igreja. A Igreja é
a noiva de Cristo, que está provisoriamente na terra, sendo preparada pelo
Espírito Santo para o grande dia, o dia das núpcias do Cordeiro. Enquanto isso
o inimigo de Deus nos ataca, quer nos fazer desanimar ou até desistir. Para ele
este matrimônio não pode ocorrer. Sim, estamos em combate, e como bons combatentes
precisamos estar aparelhados e bem treinados sabendo que o Senhor nos concede
os meios necessários para nos preparar devidamente. É necessário, no entanto, permanecer
firme sem jamais desanimar como nos orienta a Palavra de Deus em Efésios 6,10 –
“fortalecei-vos no Senhor” quer dizer: adquira força espiritual. Fique alerta,
o maligno anda ao redor, buscando a quem possa devorar (cf. IPe. 5,8) e
lembre-se que ao tornar-se cristão,
você entrou diretamente num antigo campo de batalha e tem, à sua frente, um
triplo inimigo: o mundo, a carne e o demônio. Precisamos entender tudo
quanto pudermos sobre eles, afinal nenhum general vai à batalha sem conhecer as
estratégias do seu inimigo. Vamos então, rapidamente examinar cada um deles:
Primeiro, o mundo. Quando a Bíblia fala “do mundo”
neste contexto, refere-se ao sistema culpado, rebelde, do mundo. É o mundo que
gosta das trevas e odeia a luz (Jo 3,20),
que é dirigido “pelo deus deste século” (IICor 4,4), “o príncipe da potestade do ar” (Ef 2,2).
O segundo inimigo é o demônio. Ele é conhecido como
“o deus deste século”. Era o nosso pai espiritual antes de pertencermos à
família de Deus pelo santo Batismo (cf. Jo.
8,44; Ef. 2,2-3). Jesus o
definiu como um ladrão que vem para “matar, roubar e destruir” (cf. Jo. 10,10).
O terceiro inimigo é aquilo a que a Bíblia chama “a
carne”. É a nossa natureza culpada. O campo de batalha é o nosso pensamento. Se
você tem um pensamento ávido, será atraído pelo mundo e por todo o seu pecado.
O pensamento é o centro de tratamento de dados para os olhos e os ouvidos. É o
centro dos seus apetites. Qualquer pecado tem a sua raiz “no coração” (cf. Mt. 15,19) e sempre fazemos uma
escolha antes de pecar. O pecado se concretiza, porque não refletimos antes de
pecar. A Bíblia avisa que a cobiça precede o pecado e o pecado, quando é
concebido, conduz à morte. Cada dia da nossa vida, temos que fazer uma escolha:
Pecar ou não pecar, eis a questão! Eis aí o combate do dia-a-dia!
Na Palavra de Deus e na vida dos
santos da Igreja encontramos muitas dicas importantes e práticas sobre como combater
estes inimigos. Em Efésios 6,13-18 encontramos uma descrição da armadura
espiritual que Deus nos concede. Devemos resistir firmes com o cinturão da
verdade, a couraça da justiça, o Evangelho da paz, o escudo da fé, o capacete
da salvação, a espada do Espírito e a oração. Concretamente como fazer uso
destes desta armadura espiritual? Devemos fazer o pacto com a verdade contra as
mentiras do demônio. Devemos nos tranquilizar na certeza de que somos justificados
por causa do sacrifício de Cristo por nós. Devemos anunciar o Evangelho por
toda a parte sem nos preocupar com as dificuldades que encontraremos. Não
devemos ser incrédulos, não importando o quanto sejamos atacados. Por fim,
devemos manter a certeza de que Jesus já adquiriu para nós a salvação e nenhuma
força espiritual nos poderá retirá-la. E a espada do Espírito que é a Palavra
de Deus, deve ser a nossa principal arma de ataque.
Ao apresentar estas armas espirituais, São Paulo, em Efésios 6,13, diz a
intenção: “para que possais resistir no dia mau.” Esta expressão, “resistir”, é
um verbo, e ele manifesta a ação de lutar, proteger-se, combater, permanecer
firme. O conceito que explica esta expressão é o de não recuar perante os
ataques do inimigo para não lhe dar qualquer vantagem ou vitória. Podemos
ter a certeza de que ao fazer uso destas armas de ataque para derrotar o
inimigo, ele vai reagir, e nesta hora precisamos atender a esta advertência que
São Paulo nos faz, permanecendo firme e resistindo sem recuar.
Mas como resistir e combater estes inimigos tão poderosos? Quando
Paulo menciona a armadura, ele tinha em mente o soldado romano aparelhado para
a guerra. Ele faz uso desta linguagem para exemplificar o nosso combate e
de que forma conseguiremos sair vencedores. A comparação que Paulo faz
com a armadura que revestia o saldado romano quer significar que todo cristão
deve estar revestido do Senhor Jesus. Todas as partes da armadura são
pertencentes ao caráter de Cristo e são adquiridas pelo cristão através do
Espírito Santo por meio da disciplina na oração, nos sacramentos, no estudo e
na vivência da Palavra.
A Palavra de Deus em Efésios
6,12 diz ainda que não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar,
mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares. No entanto,
tão-somente poderemos "enxergar" essas forças espirituais malignas
com os olhos da fé, mediante muita comunhão com Deus, através da oração.
A oração fortalece, dá
discernimento e abre os olhos espirituais para que se enxergue o inimigo e suas
astúcias para que se obtenha êxito em combatê-lo. É, portanto, uma arma
poderosa e imprescindível no combate espiritual contra o demônio e seus
comparsas, que vivem ao nosso redor, rugindo como leão, desejoso em nos devorar.
Através da oração o cristão é
revestido do poder de Deus, habilitando-se, assim, para o combate. Quando os
discípulos expuseram a Jesus que não conseguiam expulsar certos demônios, o Senhor
ensinou-os dizendo que era necessário jejum e oração. Foi somente quando
aprenderam a orar e jejuar que o resultado foi visível: anunciavam o Evangelho
com unção, poder e autoridade; almas se rendiam a Cristo, demônios eram
expulsos em nome de Jesus, e os enfermos eram curados de toda sorte de doenças
e enfermidades!
“ Peçam e lhes será dado;
busquem e encontrarão; batam e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede,
recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta”. (Mt. 7,7-8).
Estas foram as palavras de Jesus aos
seus discípulos numa das ocasiões em que Ele lhes ensinou acerca da oração.
Todo discípulo de Jesus precisa ter o desejo de aprender a orar e, mais do que
isso, precisa aprender a usar a oração como uma poderosa ferramenta do seu
ministério. Na guerra espiritual em que estamos inseridos, não lutamos contra
pessoas, por isso as nossas armas não são físicas, mas espirituais (cf. IICor
10,3-4 ). A oração é uma poderosa arma espiritual que Deus nos deixou.
Em Apocalipse 12,12 lemos:
" ...ó terra e mar, cuidado! Porque o Demônio desceu
para vós, cheio de grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta." O demônio
continua vivo e ativo na terra! E só há um povo na terra capaz de combatê-lo: -
o povo de Deus! Não podemos descansar, dormir ou cochilar! Devemos orar e
vigiar, em todo o tempo, com orações e intercessões em favor de todas as
pessoas para libertá-las da prisão e da opressão do maligno.
“Queridos irmãos e irmãs, a
súplica de Abraão, nosso pai na fé, nos ensina a abrir cada vez mais o coração
à misericórdia sobreabundante de Deus, para que, na oração cotidiana, saibamos
desejar a salvação da humanidade e pedi-la com perseverança e confiança ao
Senhor, que é grande no amor”. (Papa Bento XVI)
Fonte: http://luizcesarmartins.blogspot.com.br
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