Este fato pode-se constatar na própria Bíblia: "O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma virgem desposada... e o nome da Virgem era Maria" (Lc 1,26). Nossa Senhora ainda dá testemunho de sua virgindade ao responder ao Anjo: "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?"
O que é concebido por milagre deve nascer por
milagre. O nascimento é uma conseqüência da concepção; sem o milagre do
nascimento virginal, o milagre de se manter a virgindade da Mãe de
Cristo estaria incompleto. Deus então teria operado um milagre
incompleto.
E isto está conforme à profecia "uma virgem conceberá e dará à luz". E a própria Bíblia confirma a profecia: "Ora, tudo aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor, por meio do profeta." (Mt 1,22); ou seja, conceber e dar à luz, virginalmente.
Segundo a Tradição, Santa Maria havia feito um voto
de castidade perpétua e assim o manteve, mesmo vivendo com S. José, como
fica clara pela própria afirmação dela : "Eu não conheço varão", quando já estava desposada de S. José.
São Marcos, na mesma linha, chama Jesus "O filho de Maria" - "uiós Marias" (Mc 6,3), e não um dos filhos de Maria, querendo mostrar que ele era o seu filho único.
Os protestantes se utilizam da expressão "antes de coabitarem" para demonstrar que Santa Maria teve relações sexuais com São José. Vamos ao trecho em questão: "Maria, sua Mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, ela concebeu por virtude do Espírito Santo" (Mt 1,18). Ora "antes de coabitarem" significa apenas "antes de morarem juntos na mesma casa". Isso aconteceu quando "José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa." (Mt 1,24).
Nossos irmãos separados cometem outro engano acerca da expressão "filho primogênito", para continuar negando a Virgindade perpétua de Nossa Santa Mãe. Esta expressão é usada por São Lucas: "Maria deu à Luz o seu filho primogênito" (Lc 2,7). "Filho primogênito" significa somente "primeiro filho", podendo ele ser filho único ou não.
A Lei de Moisés exige que todo primogênito seja consagrado a Deus, quer seja filho único ou não. É como observamos em: "Consagrar-me-ás todo o primogênito entre os israelitas, tanto homem como animal: ele é meu" (Ex. 13,2). Ainda no livro do Êxodo observamos: "Todo o primogênito na terra do Egito morrerá" (Ex. 11,5). E assim aconteceu: "Não havia casa em que não houvesse um morto"
(Ex. 11,30). Como em todos os países, deveria haver casais de um só
filho; como por exemplo, todos os que haviam se casado nos últimos
anos.
Em outro trecho da Bíblia, o Senhor ordena: "contar todos os primogênitos masculinos dos filhos de israel, da idade de um mês para cima" (Num 3,40). Se há primogênito de um mês de idade, como é que se pode exigir que, para haver primeiro, haja um segundo?
O segundo texto bíblico preferido dos protestantes é este: "José não conheceu Maria [não teve relações com ela] até que ela desse à luz um filho."
(Mt 1,25). Estaríamos certos em pensar que José "conheceu" Maria após
ela "ter dado à luz um filho."; se o sentido bíblico da palavra "até"
não fizesse referência apenas ao passado. Isto quer dize que é errado
pensar que depois daquele "até", José deveria "conhecer" Maria.
Observe os exemplos: "Micol, filha de Saul, não teve filhos até ao dia de sua morte"
(II Sam 6,23). Será que após a sua morte Micol gerou filhos? Falando
Deus a Jacó do alto da escada que este vira em sonhos, disse-lhe: "Não te abandonarei, enquanto[até] não se cumprir tudo o que disse."
(Gen 28,15). Será que Deus está dizendo a Jacó que o abandonaria
depois? E ainda Nosso Senhor depois de haver ressuscitado parece a seus
discípulos e diz: "Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos." (Mt 28,20).
Estes exemplos deixam claro que a palavra "até" no
texto de Mt 1,25 é um reforço do milagre operado, a saber, a encarnação
do Verbo por obra do Espírito Santo, e não por obra de homem [São
José].
Outra forma dos protestantes negarem a virgindade
perpétua de Nossa Mãe, é alegando que a Bíblia mostra que ela teve
outros filhos, além de Jesus. Em diversos lugares, o Evangelho fala
desses "irmãos" de Jesus: "estando Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos querem ver-te" (Mt 12, 46-47; Mc 3,31-32; Lc 8,19-20).
O argumento protestante somente mostra um ignorância
sem tamanho da própria Bíblia que eles dizem conhecer. As línguas
hebraica e aramaica não possuem palavras que traduzem o nosso "primo" ou
"prima", e serve-se da palavra "irmão" ou "irmã". A palavra hebraica
"ha", e a aramaica "aha", são empregadas para designar irmãos e irmã do
mesmo pai, e não da mesma mãe (Gn 37, 16; 42,15; 43,5; 12,8-14; 39-15),
sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23,21), primos segundos (Lv 10,4) e
até parentes em geral (Jó 19,13-14; 42,11). Portanto a palavra "irmão"
era um expressão genérica.
Exitem muitos outros exemplos na Sagrada Escritura. Observamos no Gênesis que "Taré gerou Abraão, Naor e Harã; e Harã gerou a Ló"
(Gn 11,27). E Ló então era sobrinho de Abraão. Contudo no mesmo
Gênesis, mais adiante Abraão chama a Ló de irmão (Gn 13,8). E mais
adiante ainda em Gn 14,12, o Evangelho nos relata a prisão de Ló; e no
versículo 14 observamos "Ouvindo, pois Abraão que seu irmão estava
preso, armou os seus criados, nascido em sua casa, trezentos e dezoito,
e os perseguiu até Dã"
Jacó se declara irmão de Labão, quando na verdade era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29,12-15).
No Novo Testamento, fica claríssimo que os "irmãos de
Jesus" não eram filhos de Nossa Senhora. Estes supostos "irmãos" são
indicados por São Marcos: "Não é este o carpinteiro, filho de Maria e
irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão e não estã aqui
conosco suas irmãs?"
Tiago e Judas, conforme afirma São Lucas eram filhos de Alfeu e Cleófas: "Chamou Tiago, filho de Alfeu... e Judas, irmão de Tiago" (Lc 6,15-16). E ainda: "Chamou Judas, irmão de Tiago" (Lc 6,16).
São Mateus diz que José é irmão de Tiago: "Entre os quais estava...Maria, mãe de Tiago e de José" (Mt 27,56).
Em São Mateus se lê: "Estavam ali [no calvário], a
observar de longe..., Maria Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a
mãe dos filhos de Zebedeu". Esta Maria, mãe de Tiago e José, não é
a esposa de São José, mas de Cleofas, conforme São João (19,25). Era
também irmã de Nossa Senhora, como se lê em São João (19,25): "Estavam junto à cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria [esposa] de Cleofas, e Maria de Mágdala".
Simão, irmão dos outos três, "Tiago, José e Judas".
Portanto estes quatro são verdadeiramente irmãos entre si, filhos do
mesmo pai e da mesma mãe. Alfeu ou Cleofas é o pai deles.
E ainda se Maria Santíssima tivesse outros filhos ela
não teria ficado aos cuidados de São João, que não era da família, mas
com seu filho mais velho, segundo ordenava a Lei de Moisés.
Agora uma pequena pergunta aos protestantes: Por que
nunca os evangelhos chamam os "irmãos de Jesus" de "filhos de Maria" ou
"de José", como fazem em relação a Nosso Senhor? E como durante toda a
vida da Sagrada Família, os números de seus membros são três? A fuga
pra o Egito, a perda e o reencontro no templo, etc.
Vejamos agora se os primeiros cristão compartilham dos pensamentos levantados pelos protestantes.
São Tiago Menor que realizou o esquema da liturgia da Santa Missa escreveu: "Prestemos
homenagem, principalmente, à Nossa Senhora, à Santíssima Imaculada,
abençoada acima de todas as criaturas, a gloriosíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria..." (S. jacob in Liturgia sua).
São Marcos na liturgia que deixou às igrejas do Egito serve-se de expressões semelhantes: "Lembremo-nos, sobre tudo, da Santíssima, intermerata e bendita Senhora Nossa, a Mãe de Deus e sempre Virgem Maria".
E os testemunhos primitivos acerca da virgindade perpétua de Nossa Santa mãe não páram por ái...
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